CIA AVALON

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

o término

Finda-se o ano com a sensação no canto da boca que por ora arde e às vezes chega ao amargor...
Foi um ano repleto de novidades, de atividades e muitas coisas realizadas. Fui feliz em quase todos os dias, e nos que não fui...tentei sê-lo...
Fiz teatro, escrevi, amei, lutei e cheguei ao término : inteira e feliz.

Que venha 2011.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A tua boca percorria curiosa meus lábios tímidos
Minha nuca era acariciada com ternura e suavidade
O tempo não existia
Meu corpo não mais me pertencia


E tua boca atrevida me rasgava a pele
E me sugava o seio
Dizendo coisas impublicavéis
Ao pé do ouvido 


E me entreguei
Ao desejo
E ao tesão.


O prazer me fez mulher...E novamente me senti uma fêmea.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Falei de você ontem, num passado tão distante que em alguns momentos foi dificil lembrar teu rosto, tua voz, teu perfume longinquo...Eu te amei tanto e tão intesamente que é muito estranho falar de ti no passado, como algo que nunca mais voltará a existir, não sentirei mais o frêmito descompasso do meu coração iludido em busca do teu sorriso, da tua benevolência, do teu amor.
Sei que tudo que fiz por você, valeu a pena, a investida, as loucuras, o perseguir-te feito presa ....te busquei, te desejei, te amei...
Entretanto acabou, levou consigo meu riso, minha ilusão, minha doce candura e meu sonho mais caro...Ser amada por você.
E tudo foi tão intenso e mágico que as tristezas e decepções ficaram guardadas num pote de vidro debaixo da cama, só restou a poesia e a singeleza deste amor.
Saiba: eu te amei e sempre vou te amar. Mas eu precisava seguir.

domingo, 7 de novembro de 2010

Algum tempo as coisas não fazem necessariamente sentido, nem tomam o rumo que desejo e nem mesmo conto com a sorte como aliada, sim tenho realizado inúmeros sonhos e concretizado alguns projetos de vida e tenho sim contemplado meus sonhos mais secretos ao realizá-los puramente com minha vontade pessoal.
Entretanto não estou plenamente contente com meu trabalho e com os rumos que minha vida profissional tem tomado. Eu sei não posso desejar tudo o que quero, mas gostaria de poder ser feliz nesse âmbito e isso me faria muito feliz e contente. Se tem algo que me prejudica é minha personalidade, forte, decidida e extremamente sincera. Falo o que penso e sinto sem restrições, mas isso não necessariamente me faz crescer profissionalmente, geralmente as pessoas me vêem como a nervosinha e barraqueira, sei que não sou isso, pelo contrário sou sincera e verdadeira e sim não mando recado...O fato de trabalhar com muitas mulheres me deixa estressada em boa parte do tempo, é muita fofoca, muito boato, muito falatório...É realmente é um ambiente tenso e complicado de se encarar.
Infelizmente no momento tenho que me manter na minha e seguir com meu trabalho, ainda preciso desse emprego por enquanto...Quero mudar de ramo, de vida, de atividade.
Oxalá me defenda e guie minha mente.
Asé.

APRESENTAÇÃO NA MOSTRA CULTURAL - JARDIM MITSUTANI












Sábado houve a Mostra Cultural da EMEF Jardim Mitsutani I - onde juntamente com as alunas mostramos um pouco da dança Cigana, pudemos nos divertir e entreter as pessoas lá presentes.
Foi muito significativo pra mim, ensaiar as alunas e vê-las tão empolgadas com o projeto.

domingo, 31 de outubro de 2010

É incrível como as pessoas conseguem se render a burrice, a ignorância e ao fato de se acharem superior para justificar seus mimos e suas mazelas diante do mundo e da vida.
É triste constatar isso no dia a dia e na convivência com essas pessoas, fico entristecida, entretanto olha tudo com tanto asco e indiferença que penso seriamente que é o melhor que elas podem nos dar...Triste assim, mas é a realidade.
Cresça, por favor cresça e seja alguém na vida antes de se achar algo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Hoje as pessoas tiraram o dia para me irritar, pra me perturbar, entretanto diferente do que as pessoas pensam não darei a elas o gosto de me tirarem do sério, de me perturbarem, de me tirarem do meu eixo, quero mais é que todas elas vão para os quintos dos infernos e me deixem em paz...
Esqueça meu nome, meu rosto, deixem-me viver em plenitude e cuidem de suas vidinhas medíocres...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Escrever é procurar entender,

é procurar reproduzir o irreproduzível,

é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever."

"Eu acho que, quando não escrevo, estou morta."

Clarice Lispector.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

2º Concurso de Contos

TRILOGIA LÉSBICA - CONHECI UMA PESSOA

Hoje, fui ao teatro ver: " Conheci uma pessoa" texto e direção: Ronaldo Ventura.

Já havia assistido a outra peça do Ronaldo Ventura ( Eu queria ser a Cássia Eller ),que faz parte do Trilogia Lésbica e confesso que gostei imensamente  da leveza do texto, da beleza da trilha sonora e da inquietante curiosidade que a peça despertou em mim, não de viver algo (gls), não é isso, mas a curiosa vontade de ver como a história continua, ou seja dá vontade de ler o livro, de saber mais desses personagens... A beleza da peça está exatamente em não erguer uma bandeira gls, mas de mostrar que os sentimentos, as inquietudes, o romance, a paixão, é desperta em seres humanos,em pessoas, independente de gênero. É uma história de duas mulheres que se compreendem, se tornam amigas e por consequencia se envolvem emocionalmente,mostrando que o amor, a essência do sentimento independe de sexo (gênero)e como é belo de se ver... 
E como disse a ele ( Ronaldo), todos os textos que leio e a segunda peça que assisto, me remetem a 3 fatores essenciais e presentes em sua obra: gosto (sabor), som e cor. Parabéns Ronaldo, pelo bom gosto e pela singeleza de falar de algo tão peculiar quanto o amor, a amizade e o carinho entre pesssoas do mesmo sexo. Eu recomendo.


CONHECI UMA PESSOA 
TEXTO E DIREÇÃO: RONALDO VENTURA.
ESPAÇO DOS SATYROS II - TERÇA-FEIRA, 22HORAS.
COM: ERICA RABELO, MARTA MORENO, JACK CAVALCANTE, ENTRE OUTROS.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Stanislavsky

Peça infantil: " Na casa de Ruth"



Sempre quis ver a Fortuna em cena, sábado quando saí da Oficina de Dança africana, fiquei sabendo que a mesma estaria em cena, ali no CEU, saí correndo pra vê-la e sim, ela é fantástica.
Na casa de Ruth é um musical infantil, baseado na Obra da escritora Ruth Rocha, contado por meio de cantigas infantis, a peça é leve, divertida e acompanhada do Coral de crianças do Sesc Vila Mariana, fica impossível não cantar junto...Borboletinha tá na cozinha....e Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado...
Eu indico....

Peça : " VOZES ROUBADAS"

Domingo passado fui ao Teatro Macunaíma, junto ao meu colega de cena, fomos assistir : " Vozes Roubadas".
E saí impressionada com a entrega, com a cumplicidade em cena, com a confiança na força do outro, há cenas duras, pesadas, dificíes de serem feitas, mas com uma leveza postural, com uma verdade, que chegou a me arrepiar.
A peça é baseada nos diários de guerra de vários adolescentes e principalmente no de Anne Frank. 

sábado, 9 de outubro de 2010

O trabalho do ator de teatro é fugaz, passa num piscar de olhos, mas fica eternizado na mente e na memória de quem assiste. Um árduo e incessante trabalho de formação, de construção do ator, da peça, de leitura, de concentração e de entrega.
Basta um piscar de olhos para o tempo parar e a mente se esvazia, e já não somos nós, o personagem tomou conta de tudo, da voz, dos gestos, das ações e dos pensamentos.
Não falo por mim, o personagem que diz a que veio, e me entrego nesse doce balanço das artes, como uma criança que confia e se joga na vida, no mundo, sem expectativas e sem escolhas. Só vive, só faz, só sente. E transmite verdade, certeza e a absoluta confiança no trabalho executado, na vontade cheia de razão e ciência. Sou uma atriz e isso me resume na ação, no verbo, no gesto e na atitude.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

As pessoas se estressam e se desafiam mutuamente, olho de lado, pois não sou de mandar recado - falo na lata, doa a quem doer. Não temo usar meu verbo para dizer o que penso e o que sinto, acredito na democracia, no poder do pensamento livre e portanto acho perfeitamente válido quando as pessoas resolvem dizer o que pensam, entretanto há que se ter estilo, até pra falar...A pessoa se assume como o advogado do diabo, ou simplesmente vira do contra. Prefiro ser advogada do diabo, assim posso dizer o que penso sem naturalmente ofender as pessoas, pois a maioria já me conhece e sabe que comigo é pão-pão, queijo-queijo. E no final das contas a pessoa falou, levantou a lebre, ofendeu o professor (AO) e depois não teve sustentação, não teve embasamento para bancar seu questionamento. Ficou feio e tenso. Muito tenso. Como euzinha, nada tinha com a briga, saí a francesa.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

No vazio de tua mente encontrará mais respostas que tu possas imaginar...esvazie-se do eu, e percorrerá caminhos diversos, talvez de solidão, de quietude ou simplesmente terás arroubos, desejos profanos, mundanos, diabólicos...



Entretanto em tua caminhada em busca de ti – saberá que vários podem ser as vertentes do teu pensamento e muitos podem ser os caminhos que trilhará, contudo nenhum desses atalhos te conduzirá tão perto de Deus quanto o caminho da felicidade e realização plena de tua alma.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Detalhes de uma vida miuda mas cheia de charme e encanto.
Detalhes tão meus, que quiseram ser seus.
Detalhes na voz contida, no gesto que se faz em câmera lenta.
Detalhes...

Detalhes que se esmeram no gosto pessoal.
Detalhes nos laços e fitas.
Detalhes nas cores em preto e branco.
Detalhes...






Detalhes de uma mocidade ainda não perdida.
Detalhes de uma poetisa que sonha com flores e causos.
Detalhes de um amor consciente e preciso.
Detalhes...


Detalhes de uma moçoila, de um coração...
Detalhes impressos por onde passa.
Detalhes cheio de graça.
Detalhes grandes com bolinhas brancas em saia vermelha rodada.
Detalhes...


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ENSAIOS DA DANÇA CIGANA - MICHELE AND ME....

Começamos a ensaiar antes do teatro, as saias rodam, o corpo vibra e tudo ressoa dentro do peito, com a força da magia cigana, com a força dos lenços,dos leques e dos véus. 
Que Santa Sara Kali abençoe-nos com seu amor e com seu manto protetor. Optcha,Optcha.
É gostoso dançar, mais gostoso ainda é ensinar o que se sabe, a impressão que se tem é de que algo de você ficará para sempre com a outra pessoa. Ensinar é um ato de amor, é uma entrega solitária que só aqueles que ensinam sabe o que é. O som ecoando pela sala, os pés que alegres se deixam bailar pelo salão...


Ao longe avistamos duas belas ciganas, encantadoramente vestidas, sorridentes nos dizem frases de sorte, de amor e vida...
São nossas guardiãs...

Seus olhos negros ....

Seus olhos negros me olhavam insistentemente, buscando respostas para meu silêncio sepucral, não havia o que ser dito, não existia palavras para as perguntas que ele me faria.



Abaixei a cabeça pensativa e suavemente uma lágrima furtiva brindou-me à face, infelizmente o amor terminou de uma forma abrupta e silenciosa. Tantos anos de amor, de paixão, de excitação e alegria estavam agora reduzidos a uma simples menção de cabeça, a um singelo adeus.



Ele não conseguia entender, se perguntava e me perguntava inúmeras vezes onde havia errado, no que tinha falhado. E eu não conseguia explicar, simplesmente balbuciava a palavra adeus.

sábado, 25 de setembro de 2010





Em algum canto da cidade, te perdi
Te deixei
Te larguei
Sozinho


Como não fui
O que queria
Você me largou
Antes mesmo de me pegar


E o lirismo
Passou 
Feito vento forte
E vadio


E fiquei olhando
Sem ação
Sem reação
Sem esperança


O sonho nasceu
Natimorto
E levou
O que não mais me pertencia


Na verdade
Jorrou a minha ingenuidade
Como um cuspe
Em minha face


Novamente
Decididamente
Resolutadamente
Diabolicamente


O destino
Vestiu
Suas vestes negras
E me apunhalou


Não uma
Nem duas
Mas milhares
E repetidas vezes


Como a me dizer
Que o meu olhar
Vagabundo
Só lança a rede num mar sem vida


Que idiota
Que tresloucada
Que pobre miserável
Sou eu


Hipócrita
Mentirosa
Descabida
Insensata


Desmiolada
Sem rumo e sem destino
Desfigurada pelo amor
Costurada pela dor


Desfeita em pedaços
Por um pobre diabo
Que de seu
Só tem o nome


Vá pro inferno
Doce querer
Vá pro inferno
Doce mentira


Suma

Daqui
Desse corpo


Desse coração
Dessa alma
Que só quer paz
E sossego


Suma,imberbe.
Suma.
Volte pro teu mar
De pernas faiscantes


De auras luminosas
De pó fake
De palco e atuação
De mentira e enganação.


Maldito seja.
Para todo sempre.
Seja.


O que é: nada.
Ódio me consumindo 
A veia
A alma


Tola. uma resumo objetivo dessa face deslavada que por ora vejo no espelho.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MAGNANIMA VONTADE

Magnanima vontade
A de prosseguir
Sem pieguisse ou falsidade
Aprender sempre sem esmorecer


Nunca haverá o fim
Mesmo que para teus olhos, de carne
Pareça o fim, não se iluda, é momentâneo, é passageiro


Seguir mesmo que o mundo
Diga não
Mesmo que as barreiras sejam inquebrantáveis
Siga!


Use o poder transformador da natureza
Quando estiver frio - faça-se de fogo e calor
Quando estiver quente - vista-se de chuva e mar
Quando tudo estiver parado - chame os ventos para dissiparem as trevas da dúvida e da incerteza.


Quando lhe faltar o chão
Grite pela terra e o caminho se fará em tua estrada
O mais importante: mantenha-se nos própositos da Divindade que habita teu ifá - teu ori sagrado.


Como estandarte de uma história de fé
Como mensageira da África
És ponto luminoso, de cultura, de ação transformadora e de fomentação educacional.


Teu caminho é de guerra , mas guerra contra as trevas da ignorância
Contra a chaga que assola a humanidade - a vaidade desmedida.
Lute guerreira, lute.
Posicione-se ao lado da luz e sairás vitoriosa. 


Faça-se de paz e vida.
E serás eternizada no coração dos jovens de hoje e de amanhã.
Avante.

sábado, 18 de setembro de 2010

O cigarro esse aliado nos momentos de solidão

Acendo um cigarro, é tarde, já é madrugada, no som uma música francesa ecoa pela sala, sinto o cheiro forte da nicotina invadindo minhas narinas, não me importo, estou num processo muito mais amplo e complexo, do que qualquer um possa imaginar. Eu te procuro e te caço, mas o laço não te coloco, te deixo livre, livre como é a fumaça que exalo da boca, como uma resposta pra ti em qualquer tempo e em qualquer lugar.
O relógio trabalha a meu favor, ao menos hoje ele é meu amigo, discreto me observa com seus ponteiros, minha obsessão pelo tempo foi se embora junto com todas aquelas tralhas que o passado chamado " Grilo Falante" deixou como herança de Deus sabe o quê...
Se foi como tudo na vida se vai e deixou as tralhas, os moveis, como se quisesse me compensar por algo, pela falta que me faria ou não.
Sei lá deixou uma parte da vida que abandonou aqui comigo, não quero ser depósito de histórias de ninguém, quero seguir com a minha vida, com a minha existência, sem grandes arroubos, na verdade só com minha nova paixão - criar histórias - minhas, dos outros, dos meus amores, dos meus dissabores.
Quero somente escrever e vivenciar isso em mim, na minha mente - deixando registrado no tempo e no espaço o que sou, o que fui e talvez o que serei.
Se essa busca me conduzirá a algum lugar? Bom, ao certo que sim, posto que todo o esforço um dia será recompensado. Se não aqui agora, no futuro.
É o que sempre quis, ser lida e compreendida na amplitude do verbo, do som e da vontade. É um caminho grande e tortuoso, entretanto agora que o encontrei não o largarei por nada e nem por ninguém. O que me resume a vida é isto: escrever, atuar, ensaiar, escrever, ensaiar e atuar. É minha porção única e indivizivel neste mundo.Puramente o que sou e vim fazer aqui. Esta sou eu. 

Uma metade sou eu - outra inventei - as duas se mesclam - no nascimento de mim mesmo.

José tem 55 anos, é pedreiro e tem um segredo. Todos os dias trabalha de sol a sol, construindo casas, edifícios, consertando paredes, rebocando com cimento e sua pá.
Ao final do dia volta pra sua casa, arrumada, bem cuidada e a primeira coisa que faz é tirar seu uniforme, veste uma linda camisola de seda, prepara seu drink ( Martini ) , coloca um velho som para tocar e saí a bailar por sua sala. Seus vizinhos,  não conhecem esse lado de José, tão pouco sonham que sua alma é mais feminina que muitas mulheres por aí.
Ele teme a chegada da idade, pois seus vestidos não estarão de acordo com sua aparência, entretanto quando sobe ao palco do teatro se encontra verdadeiramente com sua essência, sua veia artística, com o  “eu”  que grita forte dentro do peito.
E feliz com sua realização feminina, se olha no espelho amando verdadeiramente aquela mulher de face enrugada e que tem em seus olhos o espelho do mundo que o rejeita, que lhe obriga a ser assim: metade homem – metade mulher.


( uma homenagem a todos os homens que se vestem de mulher ) 


Priscila Jerônimo 


Sim eu sei, mas um dia chegou e não me trouxe a certeza de revê-lo, não tive a noção clara e precisa do que seria me apaixonar por um pirata, sem rumo, sem lei e sem parada.
Sim, sei muito bem que já sou adulta o suficiente para entender dos mecanismos do amor, da paixão e quiçá da loucura; entretanto ser mulher nos dias de hoje é muito complicado e frustrante, se ajo de uma forma mais aberta e expansiva, sou taxada de fácil, vulgar e galinha. Se ajo de acordo com  meus princípios, sou tida como  a pudica, a última bolacha do pacote, a encalhada. Que triste sina essa, não ?
Tenho que obedecer a padrões estéticos, comportamentais, religiosos e etc...E onde fica minha real essência nisso tudo ?
O que farei? Assumirei posturas mais rígidas e mais racionais, negando minha sutileza, doçura e delicadeza?
Ou partirei novamente para a revolução? Queimando meus espartilhos, minhas meias-arrastão, numa lata com fogo na esquina da São João com a Ipiranga? O que farei? O que devo fazer ?
Agora, apaixonada, sem rumo , sem norte. O que será de mim?
O pirata não só roubou meu coração, ele me lançou ao mar das ilusões, das invenções, dos amores literários.
Bah, que coisa! Ao menos para inspiração de escrita e poesia – ele me serve. Que assim seja.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Vou decapitar essa síndica - Ah, se vou!



Fico pensando no que escrever, num verbo rasgado, sujo e regurgitado, penso em você.

Como um copo de leite quente em dia frio, me falta à mágica do chocolate, do sabor doce e inebriante do cacau que virou sonho, da endorfina que meu corpo verte desejando tua boca.

Da loucura insana que me abrigou a alma, me escondendo da realidade, ninando meus mais secretos e inconfessos desejos.

Há uma doidivanas que reside no quinto andar desse prédio que hoje chamo corpo, se auto proclamou sindica de mim mesma, e agora reina absoluta entre minha pélvis e meus pés incautos. Transito entre dois andares o da razão e o da emoção, o porão do desejo prefiro evitar, tenho medo do escuro, do vazio perdido entre o dia que te conheci e a hora que me esvaziei na lixeira do prédio. O corpo esse já não me responde, vaga sozinho pelas ruas, procurando teu cheiro, querendo teu corpo, desejando tua boca falando besteiras ao ouvido.

E a síndica maluca ri de mim e de minha incredulidade, afinal sempre fui senhora de minhas vontades e de meus desejos.

Jogou-me praga à desgraçada, disse que a latrina é meu destino.

Refaço me no gozo solitário – gritando e urrando feito uma gata no cio – não tem falo que me pertença – nem por hora e nem por minuto.

Que incompetência a minha! Preciso urgentemente convocar uma nova assembléia.

Vou decapitar a Síndica louca – Ah, se vou!



quarta-feira, 15 de setembro de 2010



Hoje me vesti de negro para velar por minhalma iludida que morreu logo cedo, estava tão doce a alma ,que as formigas comeram ela, pedaço por pedaço, degustando animadas aquele banquete visceral. Deixei que elas comessem minha alma, no fundo ria por dentro, sentindo cócegas por suas bocas diminutas que percorriam os sonhos mortos dentro de mim.
Sim, eu ainda me iludia e sim ainda era boba e ingênua, quero morrer com essa mulher sonhadora que oculta-se sobre meus olhos, quero queimá-la na fogueira e exorcizá-la para sempre do meu eu.
Chega de ilusão com homens cretinos e sem pudor, chega da romantizar o que não existe de fato, chega!
Morreu hoje pela manhã a alma doce e pura da jovem sacerdotisa.

Para minha irmã - Vento - Ventania!

Toc, toc, toc, escuto longe seus passos, ela caminha suave e decidida ao mesmo tempo.
Toc, toc, toc, em seus sonhos e devaneios, ela é pura magia e encanto, em sua realidade ela é senhora de si e de seu destino. Há muito tempo montou em seu cavalo alado e fez do tempo e do vento seus aliados.
Hoje caminha, mas caminha com a certeza de ser mulher, realizada, feliz, plena e absoluta. Doce e ingênua as vezes sonha com o príncipe encantado, mas basta o vento soprar em seu rosto para ela se lembrar da Ventania levando pra longe suas ilusões....
O mar chega em suas narinas e traz a certeza da existência forte, segura e cheia de prosperidade.
E algum canto da cidade, a irmã (poetisa) escreve os sonhos da jovem mulher, e vai trazendo os rumos desse toc, toc, toc.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ao pirata que roubou meu coração

Você é uma doce ferida
Que queima e me excita
Que deixa minha carne mais viva
Num beijo doce e aflito

Me rouba de mim
Me faz seu
Num olhar
Me deixo levar

Me deixe ser
Em você
Em suas entranhas
Me entrego

E em tuas mãos
Meu ego é refeito
Sou homem
Ela é minha

E no que somos
As palavras nos brindam
O desejo nos faz
E nos fundimos

Em dois corpos
Exauridos
De desejo
De entrega e de prazer.

É o que somos.
Eu e você.

domingo, 12 de setembro de 2010

Domingo de sol

Quando acordo num domingo de sol, me vem a mente a deliciosa vontade de correr pra praia, de ver o mar no seu eterno beijo na praia, de sentir o vento lambendo minhas madeixas, de ouvir os pássaros no céu voando cumprindo seu papel nessa grande sinfonia regida pelos Deuses da natureza. Salve todas as grandes forças Ancestrais da África, Salve a Bahia, Salve todas as grandes Mães: Yemoja, Nanã, Osum, Yansã!
Força gerado de vida, de mar, de terra-barro, de águas doces e dos ventos. Elementos de divindade e força motriz geradora e sustentadora da grande Mãe Terra ( Planeta Terra), que nossos corpos celestiais se comunguem com as forças divinas da natureza, numa junção simples e mítica que nos conduzirá ao resgate do homem primitivo, aquele que mora dentro de cada um de nós, que faz com que preservemos nossa casa, nossa vida, com respeito, dignidade e gratidão. Essa ancestralidade nos liga ao Orbe terreste, nos dando a noção clara e exata de que somos feitos dos elementos contidos nesse planeta e que portanto também somos pó, larva vulcânica e éter. Misturas alquímicas e essenciais para a formação da matéria que hoje somos, o respeito aos fenômenos naturais da natureza e a gratidão, por sermos somente uma peça dessa grande sinfonia, nos coloca devidamente no nosso lugar: homem, mulher, ser humano. Nada mais que uma inteligencia superior que tem a grande missão de zelar pela preservação de toda e qualquer forma de vida neste Planeta. Pela sustentação e preservação da Grande Mãe Terra.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

nas madrugadas

Ela olha o relógio de soslaio, segura o sono entre as palpebras...Acende um cigarro, liga o computador e começa a escrever...Perdeu o sono nas férias e ainda está buscando a paz.
Se esqueceu do dia, recusou acolher a noite...E só pensa. pensa. pensa.

domingo, 5 de setembro de 2010


Ontem quis você ao meu lado, para sentar no sol comigo e rir das crianças que brincavam na piscina, desejei ter teus cabelos perfumados correndo contra o vento, enquanto seus sapatos de palhaço caiam de suas mãos, minha saia rodada rebelde levantou-se com o passar do vento, e eu ri....enquanto vc e seus sapato me observavam...
Você me disse:
A vida com voce é mais pura e doce, sinto-me como uma criança brincando de conto de fadas.
Abaixei os olhos e uma lágrima caiu ao passo que outras rolaram, sucessivamente, deixando me vermelha e acabrunhada, toco-me a mão e sorriu dizendo: - Chora não, bailarina! O Soldadinho de Chumbo tá aqui em carne e osso, mais carne é verdade, mas muito gostoso por sinal.
Abracei forte seu pescoço, e disse: - Liga não, soldadinho, nessa história quem salva o bandido é a mocinha!
Teu olhar me cativa
Singelo e puro
Sem manobras
Sem trapaças

Alma boa
Cara limpa
Coração tranquilo
Me traz paz

Inquieto
Charmoso

Alisa o cabelo de uma forma sedutora, a impressão que me passa que é algo natural, como respirar, andar e comer, a imagem de um gato não me saí a cabeça, os movimentos do felino se parecem com o do homem que sentado no chão, mexe-se sem parar, olha o celular, anota algo na agenda, tira uma foto, para logo em seguida sentar na cadeira, vou até ele: sussuro em seu ouvido: você não para! Encosto minha cabeça em seus ombros, por um minuto fico ali quietinha, para em seguida levar uma leve resistência...O gato me diz: quero me mexer! Mexa-se atrevo a pensar, enrolo-me em mim mesma e fico ali, sentindo me um bichinho feio, durmo e sonho com o espetáculo que acabei de perder. Cadê o gato ? sumiu....De novo? Putz, vou ter que comprar wiskas! risos.

sábado, 28 de agosto de 2010

A estranha arte da solidão

Algumas pessoas me falam sobre solidão, do momento triste da carência afetiva, que é fruto da atual sociedade e que se pudessem estariam vivendo um grande amor, eu, do meu lado olho bem de soslaio, afinal a solidão é meu sobrenome, como uma alcunha pessoal. E fico pensando aqui, matutando ali, o por quê tantas pessoas se queixam da solidão?
Se a mim apetece deveras, como um estado natural e necessário para o auto-conhecimento, para auto-preservação de minha sanidade mental, estar sozinha e ficar sozinha são paradigmas adoravéis para mim, como gelo e calor, acredito que pessoas e barulho em demasia se anulam por si só. Portanto creio firmemente que é necessário a todo ser humano saber ouvir-se, admirar-se sozinho, curtir ficar somente consigo e mais nada e nem ninguém. Assim quando se está na companhia de outro e outros, fica-se puramente no deleite da companhia alheia sem abrir mão do oásis que a solidão lhe propicia.
Acho que sou diferente. Deixei de achar, tenho certeza. Risos e olhos maliciosos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu to perdida

Eu to perdida no vão escuro das ruas que me levam até você, desci sem querer por uma viela escura sem saber onde daria, sem querer me encontrei com teu coração absorto e inerte.
Toquei de leve sua mão, ao encontro com minha pele um frêmito arrepio preencheu me de surpresa.
Tive espasmos de felicidade e alegria, teu nome gritei aos ventos , tua face agora familiar sorria pra mim.
Te beijei a boca, te mordi os lábios....
Te afaguei a nuca.
Eu to perdida....mente.... apaixo...nada.....