CIA AVALON

sexta-feira, 28 de setembro de 2012



Hoje percebi que a benção que outrora julguei ser uma desgraça era pura e simplesmente: a espiritualidade a me acordar, a me tocar de uma forma dolorida e ruidosa, mas com toda a certeza a entrada desse fato e dessa pessoa em questão, mudaram a trajetória, a rota.

Ela não sabe e nunca saberá, que no fundo foi a peça que faltava para o meu despertar, para o meu desabrochar. Sou mulher, tinhosa e passional, como toda mulher. Entretanto tenho uma grande humanidade que pulsa dentro do meu peito, eclodindo diariamente em letras, em poemas, em textos em vida literária. E que sem dúvida alguma a presença dessa pessoa me conduziu ao término no que nunca foi e nunca seria o ideal para mim. Meu crescimento, minha evolução estavam estagnadas, como água podre, lodo puro.

Tinha deixado de ser quem sempre fui e passei a aceitar uma existência pela metade, sem medir a tal "felicidade", me joguei em algo que nunca frutificaria, nunca seria o que realmente merecia, pois ao invés de me conduzir ao crescimento, ao progresso, estava me sufocando, me matando por dentro.

Ao aceitarmos o que poderia ser o vislumbre da tal felicidade, ficamos nos contentando com o pouco, com o "menos", com o inferior, só pra poder dizer que vivemos algo, que fomos felizes em algum instante. Sim, a felicidade existiu, o amor até apareceu, as sensações de paz eram ilusórias e só sobrou um grande e profundo lamento, pois de tudo o que vivemos nada sobrou, nem mesmo amizade. 
Por quê até pra ser amigo é preciso se ter qualidade e nesse quesito a pessoa não gabaritou.
Uma pena. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Priscila Jeronimo : Arte Digital: Série _ Vermelho.

Priscila Jeronimo : Arte Digital: Série _ Vermelho.

Arte Digital: Série _ Vermelho.



Hoje me vesti de vermelho
Pra guerrear
Pra lutar
Pra avançar

Hoje a lua é negra
E meus sonhos 

São de sangue

Hoje eu bebo
E rio
Dos homens 
Todos eles

Hoje é meu dia
E a noite 
É minha cama

Hoje é festa
E tem meu cigarro
Tem meu gingado

Hoje eu canto
E pra Lua
Peço um encanto

Hoje meu sorriso
Vale ouro
E meu silêncio
É desdém

Sou Senhora
De mim
E dos meus desejos
Sou mulher

Sou Brasileira
Sou da Vida
E nela me faço

Sou divina.






domingo, 16 de setembro de 2012




Comia uma maça, quando o vi pela primeira vez, tinha um gosto doce, a maça, e os olhos dele eram negros, negros como a noite que nos brindava com seu frescor. Tocava uma música, não me lembro bem, só não esqueci da sua timidez, teu olhar que buscava o chão toda vez que te olhava. E você me olhava de soslaio, parecia que o fim do mundo estava próximo, talvez estivesse, não fosse minha necessidade urgente de te dizer alguma coisa e o silêncio imperaria entre nós.

Minha maça estava no fim e só tive tempo de dizer: Oi, fica.

Já era tarde, seu ônibus te levou. Pra onde? Não sei. 

Eu tento sair 
Eu tento ir
Eu tento


Eu olho a rua
E nela vejo 
As cores


Eu olho o mundo
E nele vejo
Pessoas

Eu olho em torno
E tudo te traz
Como onda no mar

Eu sigo 
Tuas pegadas
Tentando abraçar

Tua existência
Teu ser

E na falta do que sou
Tua vida me realiza

E sigo sozinha
Mas com você em meus ideais.