CIA AVALON

quarta-feira, 30 de maio de 2012



Há uma força que impera
Uma energia que emana
Doçura
Bondade

Há uma luz que envolve
De uma maternidade
Presente
Constante

Há uma força que não surge
Pois é vital
Real
E eterna


Uma chama de vida
Uma água que há tudo criou
A mãe que a todos
Envolve

É o mar
Que com seus mistérios
Me conta segredos
Me diz da vida

É o mar
Que me cura a alma
Que me sangra a pele
Cicatrizando os medos

É o mar 
Que me compõe
E me faz peixe
Me faz sereia

De mar e terra
Junções de Orixás
Sou feita
Sou regida

Inconstante
Presente
Atuante
Verdadeira

Presença do aço
Da forja
Que cria as ferramentas
Que trazem o trabalho

Nesta junção de forças da natureza
Pulsa meu coração
Entre riso e pranto
Entregue aos Deuses

Todos eles. 
Asé.


terça-feira, 29 de maio de 2012

Em suas lágrimas, ouvia este som e dizia pra si mesmo: é ela o amor que me falta, é dela a presença que não mais me pertence. E em alemão o verbo amor conjugou e conjurou seu coração.
For love, for die, for you. 






Te lanço flores
Colhidas ao amanhecer
Te lanço flores
Colhidas de minha´lma


Te cortejo
Feito um cavalheiro
Te almejo
Feito a Lua
Olhando pro Sol


Teu desejo
Minha sina
Tua vontade
Meu desejo

Se tens sonhos
Nele deposito
Minha certeza
Meu eixo


Te lanço aos teus pés
Meu corpo
Como prova de amor 
Como prova de devoção

Te lanço flores ao mar
Teu mar de beleza 
Teu mar de vida
Te lanço perfumes


Te lanço um pedido: a tua benção
Minha mãe Yemanjá.
Odoyá.

segunda-feira, 28 de maio de 2012


De dia eu penso na rotina
Nas coisas pra fazer
No que resolver

Nas contas pra pagar
Nas planilhas pra preencher
Nos relatórios pra entregar

De noite eu deito
Na cama desfeita
Nas cobertas quentes
E sonho

No que quero ser
No que vou viver
No que fazer


E de dia e de noite
Eu aprendo 
A ser 


A tentar ser feliz...

domingo, 27 de maio de 2012





O que eu posso dizer pra ela ?
Ela que tentou roubar minha felicidade.
Ela que ousou tentar destruir minha alegria.


O que eu posso dizer?


Simples, não mexa comigo meu bem, não mexa com o que é meu, com o que me pertença, eu sou uma fera, sou uma leoa, uma caçadora, uma guerreira e sempre irei lutar pelo que me é sagrado.
Você nunca venceria, não de mim, pois o que me pertence, meu é...




Meu orgulho de mulher, me faz irascível, tola e raivosa, me torna inflexível, arrogante e extremamente agressiva, traz à tona um lado negro que ao mesmo tempo abomino, eu admiro, pois me dá a certeza de que sim, esse lado é verdade, é real e essencial.




Não mexa com ela não....




Perigosa e sedutoramente malvada. Ela é. Adorável. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Tantas coisas e nada
Tantas lágrimas e nada
Tantas sensações e nada

Nada apagará
Nada destruirá
Nada justificará

O que vivemos
O que tivemos
O que sonhamos


Eu choro
E em minhas lágrimas
Lavo de minha alma

Esse querer
Esse sonhar
Esse desejar.






A dor que esmiuça por dentro
Que pinça firme dentro da alma
Arranca o marasmo
E traz novas luzes

Novas formas de ver e sentir 
E as luzes me cegaram
E me cravaram estacas frias no coração 
Que me sugaram a felicidade

E me trouxeram ódio e asco
Nojo e raiva
Vontade de vingança e morte

É assim que estou
Negra como a noite
Vermelha como sangue.

Que Oyá, me faça vencer.

segunda-feira, 21 de maio de 2012









A proposta era sexo verbal
Do tipo selvagem

Do tipo sexy
Do tipo quente


A resposta foi proposital
No sex, no drugs
A déspota que por ora
Me habita

Queria mais
Mais que palavras sexys
Mais que ditos quentes
Mais que orgasmos verborrágicos

Queria mais...

Queria mais...

Tem tanta coisa acontecendo por aí e aqui dentro só um silêncio vazio, de um nada que se faz lentamente, gotejando tanto e quanto pode ser parecido com o sangue que pulsa brilhando em uma noite fria e escura.De tantos sonhos foram feitos minhas ilusões que já não há mais espaço para tanto sonhar, tanto almejar.Não há mais tanto querer em mim, pois tudo o que me tinha não me pertencia, e tudo que era já não mais existe.Todo um sonhar, todo um almejar feito de desejos pueris e um tanto bestiais, se desfizeram sob um vento forte de outono. Um outono que abraçou minha alma e nela fez morada, agora é só sentir o bafejar quente e visceral de uma morte anunciada, de um querer planejado, esmiuçado e desfeito.Feito papel amassado, assim está minha alma, despedaçada, desfeita e entregue ao léu.


sábado, 19 de maio de 2012


Eu fecho os olhos e o vejo embaixo da Ansata, Hórus pegou em suas mãos e o conduziu até minha Câmara secreta...Envolta em lençois de linho, repousava minha fronte em macios travesseiros de seda, a porta se abriu e lá estava ele, um eunuco, cor de jambo, olhos negros, cabelos fartos. Ajoelhado, humilde e penitente, olhei de soslaio como quem questiona: O que tens a me dizer sobre isso, ignóbil?
Hórus estava com sua lança sobre as costas dele, e de sua voz gutural pude somente ouvir: Ela é a Deusa. Ela é. Sempre foi. E sempre será. Renda-se inútil, e servirás a Ela. E somente a Ela entregar-se à em Ansata.
Hórus falava a ele e aquilo doía em mim, como se a chibatada de sua voz, rasgasse-me por dentro, dizendo a mim também que ele era um Deus, mas um Deus do Ego, da vaidade. Hórus se aproximou de mim, estendeu suas mãos e disse-me: Oh, Grande Esfinge. Teus olhos de fogo à todos rasgaram, não tema preciosa jóia do Nilo, Nós - Estamos com você e Hator espera por ti na ante-sala. Vá, filha. Agora. Ansata vos proteje.



Você foi o sonho que mais desejei, que esperei e acreditei. 
Foram tanto anos, tantas histórias, tantas palavras, tão pouco encontros mas tão reais, tão cheios de intensidade que preencheu a minha vida de expectativa...


Entretanto como de sonho não se vive, a realidade se mostrou dura, cruel, e irônica, pois tudo o que você me disse, era mentira, era falso.
Você não vale um miléssimo do meu sentimento de amor, de paixão e de saudade. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Tuas palavras tinham gosto de veneno
Tuas palavras tinham sabor de fel
Tua palavras tinham cheiro de enxofre

Teus desejos pueris
Teus desejos inconfessos
Teus desejos secretos

Me destruíram a alma
Me despedaçaram os sonhos
Me cuspiram na inocência

E calei
E chorei
E lamentei

Te velei em vida
Te enterrei em sonho
Te exorcizei do meu corpo

Apaguei as marcas
Apaguei os desejos
Apaguei a saudade

E a mentira que tu eras
E a mentira que tu foi
E a mentira que sempre será

Apagado de mim
Destruído por mim
Amaldiçoado por mim

Pra sempre serás
Pra sempre terás
Meu ódio e meu desprezo

O que dantes foi amor, se transformou em desprezo e ojeriza.
Morra com tua inércia e mentira.
Pois em vida teu corpo apodrece, de mentira, de ilusão e falsidade.


Priscila Jeronimo

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Só a poesia pra me salvar a alma
Só a poesia pra me resgatar das trevas
Só a poesia pra me refazer dos medos


Só a fúria da palavra
Só o som do teclado
Só o abismo entre o dizer e o pensar.


Só através do espelho da criatividade
Só através do espelho da vontade
Só através do espelho da certeza


Que as palavras me nascem
Que as palavras me gestam
Que as palavras me resumem


No que penso
No que sou
No que não sou.

Um tempo grande em que as palavras não me absorveram, em que o falar por si só não me interessou, um tempo onde a busca pela fala escrita não me seduziu, me frustei muito com o "escrever", com o sonhar em viver disso, e por isso e talvez somente por esta razão foi que novamente a vontade nasceu de um desejo genuíno de continuar mesmo que algumas pessoas me frustem, que as situações se mostrem ruins e que a maior vontade seja a de sumir e abandonar a escrita, quero seguir acreditando que pelo verbo ainda direi algo à um grande número de pessoas.
Minhas aventuras pelo mundo teatral me trouxeram mais frustrações do que satisfação, me envolvi com pessoas pouco generosas para não dizer "calhordas", em que a única vontade era a de enganar e de "fazer" o seu. E eu? Bom, aprendi que não dá pra confiar no outro, julgando a pessoa pelos seus valores e pela sua conduta, invariavelmente quando se deposita confia no outro a gente se frustra, mas a situação foi tão triste que me matou por dentro, me tirou a vontade de seguir no teatro, de continuar...De tentar.
Ser humano que traí e rouba não é digno de ser chamado humano.
Entretanto a vida segue e novamente os ventos da vontade e do desejo de fazer arte me abraçam e eu? Bom, estou me deixando seduzir novamente para que a paixão renasça.
Quero voltar a me enamorar pela arte. Asé.