CIA AVALON

quarta-feira, 9 de junho de 2021

AS DIFICULDADES DO ROMANCE EM TEMPOS DE PANDEMIA

 


 

As dificuldades do romance em tempos de Pandemia

Autora: Priscila de Fátima Jerônimo

Essa semana ao beijar meu namorado com uma máscara no rosto, tive a sensação triste e ao mesmo tempo risonha do amor que devemos nutrir dentro de nossa vida cotidiana.

Andar de mãos dadas na rua, olhar nos olhos, jantar e comungar de um princípio de amor em tempos de ódio, me fizeram acreditar que é possível exercer o amor mesmo diante das inúmeras faces cobertas por panos.

Não poder abraçar, não poder encontrar, não poder dizer presencialmente me dizem por dois anos o quão afetuosos somos.

Um país que é o afago em forma de humanidade, que se faz de carinho no riso, no samba, no afeto dos tambores que entrelaçados de fé se auto proclamam como um grito: Liberdade.

Libertem nossas almas de tanta carência, libertem nosso choro diante da impotência de não poder velar os nossos negros mortos no dia a dia dos genocidas.

Libertem nossos urros de ódio frente ao desmando, frente a fome, libertem Mandela que mora em alguma alma negra, nativa, dessas mentes jovens que cantam em saraus, que declamam como “loucos” em periferia dispares.

Libertem o nosso maior sonho: Voltar nossos batuques, voltar nossos atabaques, nossas festas de Umbigada, nossas rodas de Capoeira, nossas Rodas de Fogueira ao pé de nossos Ilês.

Por um ano em que nossas Mães (Yalôs) possam novamente se paramentar e sair de cabeça erguida com seus filhos no colo, amamentando um futuro quiçá distante mas alimentado no fogo do que Exú é.

O ano de 2021 é regido pelo Trono da Fé, que na Umbanda é definido como Oxalá e Logunan, A fé que norteia a busca pelo conhecimento é a mesma energia que o atemporal executa.

Neste ano a busca deve primar por manter-se fiel ao princípios do que nossos Deuses ditam, somos seres que buscam a comunhão com a Energia do Sagrado, vivemos em tempos sombrio onde o pior do humano se manifesta na intolerância, na discórdia e principalmente no manchar do sangue dos nossos negros e indígenas.

Se pautarmos nossa existência pela propagação do ódio e mantivermos nosso campo mental focado nessa dissonante nota, não chegaremos ao término deste tempo pandêmico vivos.

Seremos somente corpos vazios, desprovidos do que Oxalá nos ensina: Concórdia, paz e acima de tudo respeito.

O respeito as nossas guias, as nossas tradições e que esse tempo de nos limitar na ação de nossos terreiros seja somente um momento de reflexão de novas formas para vivermos condignamente nossa religião: Umbanda e Candomblé.

 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

O amor e os boletos

 




Quando o amor romântico atinge o pico da ideologia, o homem e a mulher se comprazem com relacionamentos dourados de falsa impressão de felicidade.

Os risos cheios de cumplicidade são mascarados pelo desejo de um latente relacionamento carnal, o que dantes era uma paixão, transforma-se  em recompensas diárias na espera por um sexo que satisfaça o ego em riste.

O corpo da fêmea fica na dependência química da testosterona no corpo do macho-alfa que a blinda diariamente com afagos e melindres do típico casamento “pseudo” moderninho.

O estado que elenca o relacionar-se como uma fábrica de afetos conquistados mediante a troca.
A cumplicidade gira em torno do sexo com ou sem sentido, o casamento como empresa é algo lucrativo.

A fêmea-esposa provém o andamento do lar como gestão da economia doméstica, assume o papel de “a Patroa”, ironicamente o macho-Pilantra se auto-intitula de “ Corno-Sentimental”, as risadas no canto murcho da boca se contraem com os papéis chamado de : “Boleto”.

Segue o colóquio do Casal Afetinho

Ele: - Patroa, o rango ta pronto?

Ela: - Não, inergumeno.

Ele: Oxe, tá de Chico é ?

Ela: Não, jumento, to de mau humor, pega o telefone e pede: I FODA.

O homem machucadinho se vê as voltas com vários “folder´s” de comida delivery e olha em volta de sua casa, roupas espalhadas, casa desarrumada, a esposa trancada no quarto trabalhando e o belo exemplar de homem ali diante do que é a realidade de um casamento ou uma simples empresa onde o sexo não é mais com sentido, é com taxas e juros.

Ali quotas de amor...

A vida como ela é... Nelson, Nelson.

 

Autora: Priscila de Fátima Jerônimo