CIA AVALON

domingo, 22 de maio de 2011

Ao grande amor

Quanto te conheci, era muito jovem, ingênua e sonhadora. Lembro-me claramente da primeira vez que nos falamos por telefone, de imediato criou-se uma empatia, um querer bem, um identificar-se gratuito  e natural. Charmoso, inteligente, bonito, educado e extremamente sedutor...À distância nos impediu de nos conhecermos rapidamente e durante alguns anos nosso contato foi se estabelecendo, se estreitando, viramos amigos e nos falávamos por e-mails, msn, telefone, torpedos, vivíamos em cidades diferentes mas sentíamos que estávamos próximos um do outro, em uma situação pouco confortável que foi criando sentimentos confusos e pouco compreensíveis para mim, o meu desejo era vê-lo, amá-lo, senti-lo, ter a presença física dele em todos os momentos da minha vida...Entretanto não sentia que à vontade de ficar junto, o desejo de amar não era forte o suficiente para fazer com que ele abandonasse sua vida, sua namorada, sua família para vir ao meu encontro. O que faria eu, após encontrar “meu príncipe” encantado e ele já vir com sua princesa e toda sua vida, completamente distante da minha ?
Tentei mentir para ocultar aquele sentimento e continuei vivendo, saindo, amando, beijando, tendo ao meu lado os homens que a vida me trouxe, e fui sepultando aquela paixão, aquele querer, e regando a simplesmente como uma amizade, como um querer bem. Afinal não tinha  o poder de decidir pelo outro o que adoraria que acontecesse, quantas noites sonhei com ele vindo me ver, dizendo que também se apaixonara e que queria viver algo ao meu lado. De sonho e de ilusão não se vive,já dizia minha mãe e por amor platônico já havia tido uma cota muito grande na adolescência, não queria  isso em minha vida , quando decidi que era passado, que este homem era somente um amigo,o destino se fez presente e  nos conhecemos pessoalmente...E  me perguntava ao ir ao seu encontro: O que vou sentir ao vê-lo? O que direi? Não quero ficar com ele, estou com medo. Não vou olhar nos olhos dele, posso me perder...Ele é só meu amigo, só amigo e mais nada. Amigos não se beijam, amigos não se tocam...
Era tarde –  já estava perdida e sabia que seria difícil voltar pra minha vida depois de tê-lo em meus braços. Fatalmente o que tanto temia aconteceu, ele me beijou e senti o mundo rodar, a ânsia que brotava em meu ventre se transformou em prazer. Mas então ele se foi e fiquei só, novamente. E ainda estou só – completamente só. E ainda amando-o como no primeiro dia. Pena que ele não percebe isso ou não quer perceber. O que fazer ?

quinta-feira, 19 de maio de 2011



Quando parei de contar as horas, o tempo deixou de ter importância e passei a ter momentos sem horas, sem minutos e sem segundos...Gostei de te olhar ontem, mas não por olhar e sim por ser eterno, não há nada mais sagrado do que parar e ver, sentir, ouvir...Eu amava você e não enxergava o quão havia perdido de mim mesma nessa poça que chamava de amor.


Os poucos segundos de razão que me restaram foram torcidos e postos para secar, não havia sol e úmidos estariam meus pensamentos racionais se acaso não tivesse a secadora da mágoa e da raiva para me impulsionar a partida. Como uma máquina velha e sem uso, me sentia usada e totalmente esquecida logo em seguida, julgava que era amor, que havia uma razão superior para toda aquela rejeição, toda aquela ausência e nada me desestimulava de vivenciar aquilo, o medo, a derrota e a insuficiência de sentir – de amar – de se entregar...É como uma ferida que sangra mas não dói realmente – entretanto mata e como mata.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fiz um pacto interno, o de escrever todos os dias. Sobre o que sinto, o que sou e o que quero ser...
Preciso ter metas...Deixar de procurar o tão almejado amor e viver. O ano que passou vivi da arte, do teatro, das emoções, do atuar...Me cansei, foi um processo bacana, mas pouco produtivo no final das contas. Aprendi muito pouco e me frustrei de tal forma que até perdi o encanto em atuar. Esse ano decidi fazer diferente, me dei um tempo, resolvi criar novos objetivos , entretanto já estamos em maio e ainda não comecei nada...Preciso definir o que quero, só que sou a dúvida em forma de mulher, uma hora quero isso para logo em seguida desejar aquilo...Nesse turbilhão de dúvida em que me encontro, para completar o pacote "fodeção", conheci um homem que em pouco tempo me levou ao céu, para me jogar no inferno instantes depois.Tudo começou sem pretensão alguma, mas ele foi me conquistando, geminiano, sabe exatamente o que fazer e dizer para seduzir e conquistar. Digamos que provei do meu próprio veneno, ardiloso destino que foi tecendo fio a fio esse espelho grande para que pudesse me mirar. Chorei nas últimas semanas como não chorava por alguém há muito anos, aliás meu último luto foi também por um geminiano...O insuportável "Brother Justin" ( private joke).
E se de amor morreram muitas almas pueris, deste mal não padecerei. Chorei sim, rangi dentes, arrastei correntes por uma semana, vivi o luto, maturei a desilusão, senti o gosto amargo da rejeição, cuspi o fel com que me brindou a boca.Morri no fogo que me consumiu de ódio e raiva. Renasci das cinzas do meu próprio eu. Sou a Fênix - forte e indestrutível, que venha o próximo.