CIA AVALON

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Lembro-me do dia
Da hora
Do cheiro
E das cores

Tinha gosto
Tinha som
Tinha desejo
Tinha vida

Me tomou pela nuca
Me beijou a boca
Me apertou a cintura
Me fez sua

Naquele instante
Em um átimo de segundo
Me perdi
E me encontrei em teus braços


Foi paixão
Foi desejo
Foi loucura
Foi um tormento


E sobrou a lembrança
Restou a saudade
Conjuguei
O verbo amor no passado


Desejei ter
Desejei ser amada
Recebi outro beijo
Não aqueci teu corpo

Teve ofensas
Injúrias, calúnias
Fui cruel
Destilei meu fel

 
Entretanto e portanto
Ainda amo
Ainda espero

Ainda desejo

Eu sei
É tarde
Tarde pra mim
Triste assim

Levo aqui
Em mim
Por mim
O que me restou de ti


Um homem
Vestido
Nu em pelo
Um homem


Lindo
Diferente
Ausente
Foi um presente


Ele se foi
Meu mar secou
Chorei
O sal me lambeu

Volte da mata
E venha para o mar
Volte com a caça

Para me alimentar


Olhe o céu
Sinta as ondas
Deste mar
É sua maresia

Que te chama em cada vento

Ela é feita de sonho, tem cheiro de maresia misturado com nicotina, tatua no corpo os pensamentos perdidos entre a realidade que a cerca e sua mente genial. Ela era minha rosa e eu seu pequeno principie, hoje a rosa cresceu, floresceu e se tornou uma linda e inteligente mulher; com fibra, com alegria e principalmente muito sex appeal. Tenho orgulho de minha rosa, de minha menina amada e inocente, sei que os caminhos que ela trilhará a tornarão cada vez mais forte, invencível e extremamente guerreira. Espero ter feito uma boa poda e tê-la regado com muito amor, muita alegria e principalmente espero tê-la ensinado que seus espinhos podem e devem ser usados como escudo e proteção.

Quero que minha rosa saiba que meu coração sempre estará aberto ao seu perfume, à sua leveza, doçura e inocência.

Espero que minha rosa saia por este mundo à fora, levando consigo o perfume da sua genialidade, beleza e sabedoria. Pois só assim sentirei verdadeiramente que fui um bom jardineiro.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

As múltiplas faces que me abrigam, brigam entre si na frente do espelho.

Ora uma se contorce e se mostra sem maquilagem, ora outra sorri e mostra os dentes alvos e perfeitos, em um momento sou alegria e felicidade, e em dado segundo me transformo na dor e na agonia dos que amam sem motivo, passa-se o tempo e já sou calmaria depois da tempestade, e as máscaras vão caindo uma a uma, num desfile de carnaval fora de época.

Meu corpo é o mesmo, minha boca sorri preocupada com tantos arquétipos, com tantos "eus", e assim no desfile de mim mesma vou surgindo em cada bloco, em cada repique da bateria como um samba canção mal composto, uma letra confusa cheia de tons e toques psicodélicos. Entender-se e aceitar-se, faz parte de todo um enriquecimento do eu, viver com alegria diante dos fantasmas que moram em nós, eleva-nos a mero espectador de nossas ações hilárias perante o imprevisível, o que faremos quando nossa reprise passar no “Vale à pena ver de novo?” Prepare a pipoca, sente e ria comigo. Valerá a pena.
Pintado feito o diabo
Cheio de manias
Com trejeitos
E estilo

Se veste
Diferente
Não quer aparecer
Jura que me engana


De santo
Nem o pensamento
De honesto?
Nem a sombra

Acha que é inteligente
Jura que é feio
E acha que pode
Ele jura


Se pensa
Que a vida
Não traz resposta
Aguarde

As respostas chegarão
E as vezes
A verdade traz dor
Só mais um pouco

Mexeu com a mulher
Errada
Mexeu com a mulher
Errada

Sou tão homem e forte
Quanto você
Não se esqueça
Do meu enredo

O Pai da Guerra
Me fez em sua forja
Não se esqueça
Não se esqueça

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

ódio


uma relação estranha


confusa e sem distinção


uma clara alusão


ao ódio


que agora sinto


era fetiche


foi paixão


aquele tesão


que inebria a alma


aquele desejo


que alucina o corpo


e foi minguando


foi acabando


era marketing


toda aquela marra


era propaganda


toda aquela história


tu não é de nada...


essa é a verdade...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Me constroí
Me desfaz
Me diz
Me faz

No que sou
No que és
No que somos
No que nunca seremos


Se teu olho
Se minha boca
Se andam de conchavo
Se trocam farpas

É  culpa tua
É  um erro meu
Somos assim
Assim seremos

Se te deixo
Se me buscas
Se te pego
Se me larga

Feito
Desfeito
Arrumado
E desajeitado

Esse amor
Essa tortura
Esse querer
Esse desfecho

Arranca me por dentro
Encurta me a vida
Afoga-me em tua saliva
Que renasço em tuas entranhas

Feito sombra
Feito o dia
Feito a noite
Feitos homem e mulher

Na busca por resposta
Na busca por você
No encontro
Na entrega

E sou tua
Nesse breve espaço
E és meu
Nesse longo tempo

Que é eterno - até que dure.
O que mais me irrita no seu humano é a total falta de respeito pelos sentimentos alheios, pelas ansiedades e expectativas que o outro cria em torno de um encontro.
Detesto que me subestimem a inteligência e ou o poder de captar quando não sou bem vinda, quando não sou querida.
Se quiser me dizer algo, diga por favor, mas não faça aquela cara blazé de como se eu tivesse o poder de descobrir o que lhe vai na cabeça.

E por favor não se dirija mais a minha pessoa. Esqueça que eu existo!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

    Sempre uso a observação para tirar conclusões sobre as pessoas, pode ser que minha simples alusão a realidade mediante um olhar leigo não traduza exatamente o que de fato acontece, mas perceber o que acontece quando um homem termina um casamento de mais de 5 anos e simplesmente se joga em um outro relacionamento sem parar pra pensar e ou fazer o devido luto... Indago-me e jogo a indagação ao outro: Uma fuga justifica a outra ?
Quando o conheci senti um arrepio longo a caminhar pela minha coluna, fazendo aspirais por entres meus cabelos na região da nuca, senti uma leve pressão, tive a sensação torturante de desejo e asco, tudo junto no mesmo pacote. E era incrível como um homem poderia ser tão belo e ao mesmo tempo másculo, firme, presente e insdicutívelmente cafajeste; não poderia ser diferente - a feminista que vez ou outra mora em mim - se rebelou , gritou e esperneou, entretanto no primeiro beijo, na puxada forte que trouxe a boca dele até a minha, trouxe-me a certeza de que iria me apaixonar. Perdidamente. E cá estou, zonza, lesa e louca. Com desejo, com ânsia e frêmitos por todo o corpo. Como numa crise de abstinência, precisando da saliva, do cheiro e do toque da droga que me alucina.
E a parte ironica disso tudo, é ver claramente que tua empáfia e arrogância se fazem presente em todos os dias, e em todos os nossos momentos. Me apaixonei por um espelho.
Os homens são seres míticos em sua natureza, belos e altivos, desnudam-se em pêlo pela mulher amada, fazem rimas e poemas para constrastar com a dureza de suas mãos que talham, que constroem, que destroem e que por ventura matam. São seres complicados de entender em alguns sentidos e em alguns comportamentos, mas extremamente previsíveis quando o assunto tange a emotividade, a envolvimentos amorosos e sentimentais. São frágeis e pequenos, precisam de amparo, calor e proteção, agem muitas vezes como bebês que necessitam sugar o leite materno para perceber que são amados e que estão protegidos de todo o perigo. Ser amante é ser mãe, é acolher no corpo o semen do homem amado, é verte em suor o gozo da alma do guerreiro, é trazer para si todo o encargo espiritual que esse homem traz pendurado nas costas. Ser amante é deixar que o homem adentre por entre suas pernas, numa alusão à um portal sagrado que será transposto pelo falo mágico que por ora te deflora. É sugar o mal pela raiz e deixar que ele se complete no ato que o faz másculo, que o engrandece. É saber doar a ele, todo o prazer e toda atenção que naquele momento ele merece.


Amante ou não, toda a mulher um dia teve ou terá um homem em suas mãos e por consequência em sua cama.
Ele me pede para ir até ao seu encontro, para logo depois mudar de idéia, diz que me deseja e no mesmo instante jura que não terá tempo pra mim.
Se o olho de lado com um sorriso travesso, logo me chama ao seu lado, e em afagos me diz sorrindo que me ama.
Se me aninho em seus braços e peço colo, faz todo contente o papel de heroí e se choro baixinho enxuga minha lágrimas lambendo minha face, com a clara intenção de me fazer rir. Me diz rápido que quer me morder e no segundo adiante saí correndo com as coisas por fazer. Não tem tempo pra mim, não tem.
E como faço pra te desvendar? Se nem ao menos tua boca pode na minha ficar ?