Eu fecho os olhos e o vejo embaixo da Ansata,
Hórus pegou em suas mãos e o conduziu até minha Câmara secreta...Envolta em
lençois de linho, repousava minha fronte em macios travesseiros de seda, a
porta se abriu e lá estava ele, um eunuco, cor de jambo, olhos negros, cabelos
fartos. Ajoelhado, humilde e penitente, olhei de soslaio como quem questiona: O
que tens a me dizer sobre isso, ignóbil?
Hórus estava com sua lança sobre as costas dele,
e de sua voz gutural pude somente ouvir: Ela é a Deusa. Ela é. Sempre foi. E
sempre será. Renda-se inútil, e servirás a Ela. E somente a Ela entregar-se à
em Ansata.
Hórus falava a ele e aquilo doía em mim, como se
a chibatada de sua voz, rasgasse-me por dentro, dizendo a mim também que ele
era um Deus, mas um Deus do Ego, da vaidade. Hórus se aproximou de mim,
estendeu suas mãos e disse-me: Oh, Grande Esfinge. Teus olhos de fogo à todos
rasgaram, não tema preciosa jóia do Nilo, Nós - Estamos com você e Hator espera
por ti na ante-sala. Vá, filha. Agora. Ansata vos proteje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário