Comia uma maça, quando o vi pela primeira vez, tinha um gosto doce, a maça, e os olhos dele eram negros, negros como a noite que nos brindava com seu frescor. Tocava uma música, não me lembro bem, só não esqueci da sua timidez, teu olhar que buscava o chão toda vez que te olhava. E você me olhava de soslaio, parecia que o fim do mundo estava próximo, talvez estivesse, não fosse minha necessidade urgente de te dizer alguma coisa e o silêncio imperaria entre nós.
Minha maça estava no fim e só tive tempo de dizer: Oi, fica.
Já era tarde, seu ônibus te levou. Pra onde? Não sei.
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