CIA AVALON

sábado, 18 de setembro de 2010



Sim eu sei, mas um dia chegou e não me trouxe a certeza de revê-lo, não tive a noção clara e precisa do que seria me apaixonar por um pirata, sem rumo, sem lei e sem parada.
Sim, sei muito bem que já sou adulta o suficiente para entender dos mecanismos do amor, da paixão e quiçá da loucura; entretanto ser mulher nos dias de hoje é muito complicado e frustrante, se ajo de uma forma mais aberta e expansiva, sou taxada de fácil, vulgar e galinha. Se ajo de acordo com  meus princípios, sou tida como  a pudica, a última bolacha do pacote, a encalhada. Que triste sina essa, não ?
Tenho que obedecer a padrões estéticos, comportamentais, religiosos e etc...E onde fica minha real essência nisso tudo ?
O que farei? Assumirei posturas mais rígidas e mais racionais, negando minha sutileza, doçura e delicadeza?
Ou partirei novamente para a revolução? Queimando meus espartilhos, minhas meias-arrastão, numa lata com fogo na esquina da São João com a Ipiranga? O que farei? O que devo fazer ?
Agora, apaixonada, sem rumo , sem norte. O que será de mim?
O pirata não só roubou meu coração, ele me lançou ao mar das ilusões, das invenções, dos amores literários.
Bah, que coisa! Ao menos para inspiração de escrita e poesia – ele me serve. Que assim seja.

Um comentário:

David Crabbe disse...

Simplesmente fantástico, cara. Que facilidade pra escrever que vc tem. Queria eu ter essa veia poética! Mandou muito bem, congratulações!