O medo em
tempos de pandemia
Autora:
Priscila de Fátima Jerônimo
Qual o medo que te assombra nos
dias de hoje?
Qual a sombra do temor que ronda
tua cabeça?
Qual o preço da cura que não
possuímos?
Hoje, em plena época de uma
pandemia mundial que nos abraça o corpo e nos destroça a alma, buscamos
respostas que nos diminua a sensação de luto, a fé é sem sombra de dúvida um
escudo que usamos para nos proteger, nessa busca por sanidade mental frente à
este “monstro” que a falta de convivência social gera, nos enclausurando em
nossos lares, as relações “ao vivo”, o olhar face a face se transformou em
relações cibernéticas, um futuro que se mostra no presente, como algo viral que
nos reduz a meros dados gerados pelas comunicações via internet.
Esse meio de comunicação é o que
nos tem dado vazão e sentido para estes tempos, educamos para a modernidade,
entretanto esse “modo operantes” que as relações frívolas vão se desdobrando no
decorrer do tempo nos conduz para uma “loucura” por respostas.
As respostas chegam por meios
duvidosos, laboramos por um mundo justo, um mundo onde possamos novamente nos
confraternizar como outrora, pedimos ao tempo que nos poupe a “máquina humana”,
que não nos ceife a sanidade que anda beirando o surrealismo.
Quem imaginaria que em pleno ano
de 2020, estaríamos fadados ao isolamento?
Quem em sua mais louca imaginação
conseguiria vislumbrar um momento como este?
Quem em seu ofício de professor(a),
consegue administrar esse caos criativo e ainda assimilar suas próprias
sensações, suas emoções e seus medos frente a este cenário?
A fé que nos move nos conduz ao
estado meditativo, estados de consciência alterada buscando o encontro com o
divino, a gentileza nos atos, a bondade no olhar, a prece que erguida em
pedidos de amor, de compaixão nos blinda o corpo, que fatigado se reduz às
lágrimas de muitos.
Estamos vivendo em tempos de
guerra, em tempos de uma violência que se expressam em números de covas abertas
pelo descaso, mães lamentam a partida de jovens negros que se foram, lágrimas
de Mãe Preta, de Pai Preto que chora ao som da fome que ronca em barriga vazia.
A fome um estado natural do corpo
físico, a carência de nutrientes que dê ao humano a alimentação,que forneça
saúde, diante da necessidade de afeto, de vida, de amor, de ternura, qual o
preço da bondade?
Diariamente assistimos as mortes
do alto de uma consciência que nos permita repensar nossa postura diante da
vida, uma nova forma de encarar a humanidade, um déficit temporário que nos
impulsione em uma nova concepção de relacionamentos.
Os termos família, casa, filhos e
educação conjugados dentro de um confinamento mental, pais se desdobrando para
lidarem com a falta de dinheiro, com os filhos buscando respostas, com suas
próprias fraquezas e diariamente essa tortura têm deixado lacunas dentro dos
lares.
Qual o resultado de tanto medo?
Qual a reposta para esse tempo?
Qual a pergunta sem resposta que
minha mente não consegue mensurar?
Qual o valor da saúde que não
temos?
Perguntas sem resposta, por ora
somente a terra de cemitério grudada em meu sapato filosófico.
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