CIA AVALON

terça-feira, 26 de maio de 2020



O medo em tempos de pandemia

Autora: Priscila de Fátima Jerônimo

 

Qual o medo que te assombra nos dias de hoje?

Qual a sombra do temor que ronda tua cabeça?

Qual o preço da cura que não possuímos?

Hoje, em plena época de uma pandemia mundial que nos abraça o corpo e nos destroça a alma, buscamos respostas que nos diminua a sensação de luto, a fé é sem sombra de dúvida um escudo que usamos para nos proteger, nessa busca por sanidade mental frente à este “monstro” que a falta de convivência social gera, nos enclausurando em nossos lares, as relações “ao vivo”, o olhar face a face se transformou em relações cibernéticas, um futuro que se mostra no presente, como algo viral que nos reduz a meros dados gerados pelas comunicações via internet.

Esse meio de comunicação é o que nos tem dado vazão e sentido para estes tempos, educamos para a modernidade, entretanto esse “modo operantes” que as relações frívolas vão se desdobrando no decorrer do tempo nos conduz para uma “loucura” por respostas.

As respostas chegam por meios duvidosos, laboramos por um mundo justo, um mundo onde possamos novamente nos confraternizar como outrora, pedimos ao tempo que nos poupe a “máquina humana”, que não nos ceife a sanidade que anda beirando o surrealismo.

Quem imaginaria que em pleno ano de 2020, estaríamos fadados ao isolamento?

Quem em sua mais louca imaginação conseguiria vislumbrar um momento como este?

Quem em seu ofício de professor(a), consegue administrar esse caos criativo e ainda assimilar suas próprias sensações, suas emoções e seus medos frente a este cenário?

A fé que nos move nos conduz ao estado meditativo, estados de consciência alterada buscando o encontro com o divino, a gentileza nos atos, a bondade no olhar, a prece que erguida em pedidos de amor, de compaixão nos blinda o corpo, que fatigado se reduz às lágrimas de muitos.

Estamos vivendo em tempos de guerra, em tempos de uma violência que se expressam em números de covas abertas pelo descaso, mães lamentam a partida de jovens negros que se foram, lágrimas de Mãe Preta, de Pai Preto que chora ao som da fome que ronca em barriga vazia.

A fome um estado natural do corpo físico, a carência de nutrientes que dê ao humano a alimentação,que forneça saúde, diante da necessidade de afeto, de vida, de amor, de ternura, qual o preço da bondade?

Diariamente assistimos as mortes do alto de uma consciência que nos permita repensar nossa postura diante da vida, uma nova forma de encarar a humanidade, um déficit temporário que nos impulsione em uma nova concepção de relacionamentos.

Os termos família, casa, filhos e educação conjugados dentro de um confinamento mental, pais se desdobrando para lidarem com a falta de dinheiro, com os filhos buscando respostas, com suas próprias fraquezas e diariamente essa tortura têm deixado lacunas dentro dos lares.

Qual o resultado de tanto medo?

Qual a reposta para esse tempo?

Qual a pergunta sem resposta que minha mente não consegue mensurar?

Qual o valor da saúde que não temos?

Perguntas sem resposta, por ora somente a terra de cemitério grudada em meu sapato filosófico.

 

 

 

 

 

 


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