Da série contos que eu conto...
Ele me olha
nos olhos e sorri, um sorriso tão encantador com um jeito tão puro e ao mesmo
tempo determinado que me fazem ficar inquieta. Sei que posso me perder nesse
olhar e posso gostar disso, ele é só um menino, inquieto, sorridente, alegre e
sonhador. E eu ?
Ah, eu sou
uma mulher, quente, latina, de alma sonhadora, mas profundamente profana,
devassa, do tipo de mulher que faz o homem se perder em conjecturas e refaz
todos os sonhos para logo em seguida jogar tudo pro alto e sair correndo pela
rua, nua, completamente nua...E sei que isso será decisivo pois podemos nos
perder na rua, no chão, na lua...E temo por ele, pois a pele dele pode ter o
cheiro bom que eu procuro, pois a boca dele pode ter o gosto que me faça bem e
ao mesmo tempo, posso me apaixonar e não gostar nem um pouco disso, ficarei
refém de um sentimento que não me eleva, somente me afasta do meu foco, da
minha verdade, entretanto, fiquei com desejo, fiquei com vontade e fugi
correndo pelos vãos escuros da noite, fumei meu cigarro, tomei minha bebida,
mas ao longe, a lua me olhava do Céu e a minha mente, e o meu corpo e minha
pele, essas foram com ele, foram com aquele olhar, doce e sereno.
O desejo e a
saliva da minha boca , ressecaram a tal ponto de sentir sede, sim, sede, da
boca dele, e das mãos deles nos meus cabelos, do cheiro delicioso do sexo
dele em mim, do gosto do gozo dele em minha boca, como um alimento a me saciar
a sede. Eu quero , eu desejo, mas temo mais por mim, do que por ele...Ele é tão
jovem e eu sou tão frágil. Apesar dos meus trinta e poucos anos, ainda sou uma
imberbe e ainda me machuco fácil, com os dilemas do coração.
Mas eu
desejo – ah, eu desejo
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