CIA AVALON

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Os olhos dele fugiam do meu, olhavam tudo menos para mim, aquilo foi me incomodando de tal forma que resolvi sair da sala, fui até o banheiro e me olhei no espelho, me acalentei com a água fresca, molhei meu rosto, acudi minha alma aflita, disse algumas frases de encorajamento e voltei.
Sentei-me novamente e fiquei de cabeça baixa, anotando tudo, absolutamente tudo, num instante seguinte me peguei rezando, pedindo aos Deuses que tirasse aquela barreira entre nós, que pudéssemos ter paz e tranquilidade. Que pudéssemos enfim passar uma borracha naquele passado escuro que pairava entre nós.  Senti meu coração mais leve e aos poucos fui serenando e por contra partida ele começou a me olhar, primeiramente de soslaio e quando cruzava com o meu, desviava, depois com mais coragem já sustentava o olhar, como se o medo estivesse passando e então, tudo voltou a ser como era antes, sem medo, sem dor, sem culpa, voltamos a ser somente o que sempre fomos: um professor e sua aluna. Ali compartilhando do saber, da arte e do conhecimento. E por ali no meio da história, da arte e do teatro a gente encerrou o grande ato. O primeiro de uma peça sem fim. 

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