CIA AVALON

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

ESÚ É.

As belas vozes que se erguem em defesa do que é sagrado para uma mulher, a doçura que eleva a alma, a sabedoria que ergue mundos, a leveza de quem já sofreu demais e hoje é sabedora de que somente o feminismo, a feminilidade vivenciada sem máscaras, sem subterfúgios, sem maquiagens, sem saltos altos, sem perfumes caros e ou roupas finas.
Andar à margem do capitalismo, faz com que a verdadeira essência do humano se manifeste no jeito de pensar, de agir, de atuar e principalmente na gentileza gerando novos conceitos à cerca dos paradigmas da atual sociedade.
A modernidade nos conduziu à um gargalo tecnológico, a era da comunicação instantânea nos trouxe ansiedade, uma tortura do tempo que faz chibatas na alma, escraviza a mente e fere os sentimentos.
Antigamente uma carta levava dias, meses, anos para nos trazer uma notícia, hoje em dia antes mesmo da notícia acontecer, os "fakes" news já nos molha e brinda a boca com modinhas de internet.
Sou velha e ao mesmo tempo moderna, regurgito todo santo dia sobre essa verticalização da cidade grande, o empobrecimento das relações, dizer sobre situações cotidianas passa do tempo extraordinário e beira a era do surrealismo, altos índices de desamor, uma dose diária de fanatismo, um tanto de imbecis e está posta a mesa do Brasileiro.
Feijão com arroz é moda antiga de pobre de ferrovia, quem come merda e arrota caviar, não sabe o preço da catraca e nem tem a noção de que andar a pé, faz o Santo descer do Salto.
A fome do mendigo me embrulha o estomago, a mão suja do viciado pedindo um trago do meu vício, o olhar triste da moradora de rua, o afago da lufada quente do bumba meu boi, tristes tempos, triste sina, o campo do trabalhador se resume entre o tempo gasto na locomoção e a emoção de chegar em casa, sentar tomar uma breja e simplesmente celebrar.
Exú é isso, é força que se desentranha, que se estranha, que se faz de vitórias, de vitalidades que se somam, quando creio - faço acontecer.

Que o Caminho do Sagrado se faça em ti, em tuas estradas, em tua alma e em tuas entranhas.
Esù é.
Esù vive.
Esú reina.

Blessed Be.
Autora: Priscila de Fátima Jerônimo

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