Foi um vento forte e decidido
Arrastou meus pensamentos
Levou me consigo nas asas do vento
Teu nome nunca soube
Como também não sei dizer
Que sentimento foi esse
Que não me coube
Que tormento recente
Que dúvida cruel
Atroz, violenta
Um sentimento de posse
Que de nome não sei falar
Que de tempo não sei precisar
Mas doeu por dentro, varreu minha razão
E fiquei toda emaranhada
Toda cabisbaixa
Soturna e macambuzia
Tem cura não
É mal de amor, diz o doutor
E foi tão fundo o malfazejo
Que roguei praga
Ao objeto do meu desejo
Não ande sem pensar em mim
Não pense sem andar pra mim
E jurava que queria o mal dele
E gritava desgraçado ao vento encanado
Que zunia no meu ouvido
Até que um dia
Amanheceu um sol arretado
Um calor espevitado
E eu corri faceira pro mar
A primeira onda
Veio me lambeu toda
Me varreu a memória
De fraca arrastou o tal amor
E restou Janaina
A Dona do mar
A me olhar faceira
A rir matreira
Chora não menina
Que esse mar é todo teu
Que tu é sereia
E sereia encanta
E virei Sereia
Da Dona Janaina
Conto estrela agora
Mas é estrela do mar
Vez por outra o tal moço
Passa
Olha
E eu nem ligo, sou sereia - seu moço
Te levo pro fundo do mar
E só devolvo o corpo
Pro mar salgar
Toma teu rumo, moço
Sou filha da Dona Janaina
Rainha do Mar
Senhora dos Peixes
Minha mãe Yemanjá...Odoyá
Um comentário:
A vingança da Sereia filha de Dona Janaína, a senhora do mar. Baita poema, Pri. Gostei também da apresentação visual.
Beijo.
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