segunda-feira, 19 de abril de 2010
Num tempo que não sei precisar o dia fazia a noite
No ventre do tempo
Num tempo que não sei dizer
A noite cozia a vida
Num tempo e lento momento
Num tempo que não sei falar
A vida era a mãe
Da morte
E silenciosa
Deixava a filha
Ceifar as vidas
Que dela desprendiam
Num tempo que sei contar
A morte era inimiga
Do mar
E nada morria no mar
Só nascia e nadava
Num tempo que não sei saber
O mar amava a praia
E beijava solenemente seu chão
Num tempo que foi meu
Entreguei o mar e a praia
De presente
E sorri satisfeita
Num tempo que me pertence
Cruzei os astros com o céu azul
Colhi estrelas
Fagueiras e faceiras
Num tempo em que me fiz
Nasci das entranhas
Da terra
Me fiz na forja do centro do orbe
Num tempo em que sou
Sou a fibra
A garra
E a vontade
De ser e ter a vida pulsando.
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