CIA AVALON

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Religião e trabalho

Lidar com pessoas diariamente é algo cansativo e muitas vezes preocupante, temos que lidar com os melindres, as inseguranças, os medos, as incertezas e as dúvidas.Lido com pessoas de diferenças credos, etnias e formações, diariamente tenho que conviver com crianças, adolescentes, jovens e idosos. Trabalho na gestão educativa de uma Escola Pública, lido com o conhecimento de uma forma direta e indireta e por muitas vezes saio esgotada, cansada e confusa. E penso sempre se realmente vale a pena investir nessa carreira, aja visto que tudo o que fazemos demanda tempo espera e paciência. Acredito no ser humano, creio em suas potencialidade, em sua essência divina e imortal. Tive embates no inicio com uma profissional que é Evangélica, entramos em conflito, pois a mesma cismava comigo por ser do Culto Africano, um belo dia a tal pessoa me convidou pra almoçar e conversamos francamente sobre esse conflito e sanamos de uma forma civilizada e adulta. Entretanto sempre penso o seguinte no que concerne às crenças religiosas que todos nos temos, não preciso exacerbar a minha fé, pois ela é exemplificada diariamente através de meus atos, de minhas atitudes cheias de ética, postura e disciplina. Não carrego patuás, guias, colares e nem turbantes para dizer pra todos quem sou e o que sou. Sou segura com relação a minha religião e minha fé nos Orixás, exercito essa crença com minha postura, caridosa, humana e assertiva. Não preciso grita o que sou, pois sou o exemplo vivo da influência do Culto de Ifá, sou uma pessoa nova, resgatada pela Africanidade que durante muitos anos neguei por preconceito e fuga. Simplesmente existir dentro deste contexto educacional, com minha simplicidade de filha de Axé me faz forte e digna de exercer esse símbolo religioso, onde levo comigo e para onde for a força, a garra e a energia dos Deuses Africanos. Que Olorum abençoe minha missão de estandarte dessa bela e mítica cultura. Possa minha pele branca se rasgar e deixar florescer a alma negra que reside dentro deste corpo caucasiano.



Um comentário:

Jens disse...

Pois é, Pri, não precisamos exibir nossas crenças como um estandarte; muito menos tentar arrecadar fiéis como quem laça animais no pasto (a exemplo do que gostam de fazer muitos "pastores de almas").
Que nossas ações falem por nós.

Um beijo carinhoso.