CIA AVALON

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

MINHAS MARIAS



O prazer de ensinar....


Militar dentro da Educação por anos a fios, me trouxeram a doçura de acreditar, ainda sonho, feito uma apaixonada por ensinar, por educar.

Entrei na Educação aos 22 anos, comecei pela Base, estudei anos Pedagogia, tentei inúmeros caminhos que me trouxessem à proficiência e o cabedal de conhecimentos que hoje, aos 41 anos, me dessem a real certeza de que AMO ensinar, amo educar, amo estar nas trincheiras da Educação, entretanto só me realizei nos Caminhos que me conduziram ao Estudo da Arte em toda sua máxima potência, fui estudar o bom e velho Teatro, passei horas entre ensaios, leituras, estudos do corpo e principalmente das minhas deficiências, enquanto aprendiz do mundo cênico, encontrei nos Projetos Vocacionais da Cidade de São Paulo, formadores competentes, que me trouxeram o embasamento necessário para que eu pudesse chegar à maturidade do valor e da importância que os caminhos da Cura Holística me propiciaram como ser humano, dotado de fraquezas, de sensibilidade, de defeitos, nesse encontro com meu íntimo, nos estudos do corpo fui aos poucos encontrando respostas dentro da dança, e o movimento de busca por saúde, iniciou o renascer de uma nova pessoa, de uma nova mulher, dotada da vontade e do querer, busquei saúde, cura para a obesidade e principalmente cura para o meu campo mental, chorei, gritei, esperneei, mas encontrei meu eu, perdido entre tantas indiferenças, tanta solidão só me banharam a alma com desejo, de crescer, de evoluir e cada dia mais aprender sobre quem eu sou?
Quem sou eu ?
O que sou ?
Onde estou?
Para onde vou ?

Qual o meu papel como alma artística?
O que devo realizar diante de minha experiência sensória, empírica e mítica ?

Busco a mim mesma dentro do que creio e no que creio me encontro no deleite suave da escrita, no verbo regurgitado em meus dedos que lavram minhas penas e erguem meus castelos imagéticos.

Imaginar-me como um determinado personagem, pensar o eixo psicológico da persona, entender o enquadramento da cena, a luz que norteará o olhar da platéia, a voz que deverá eclodir em altos sons para que da coxia até a bilheteria, meu campo sonoro cale as mentes, anestesiando as almas, encontrando ressonância e campo vibracional com as almas que ali estão, sendo impactadas pelo texto, pelo meu átimo sensório, minha voz, meu corpo, minha mente, meu desejo, estar em cena, representar a cena e fazer calar o espectador.
É esse o frenesi teatral, é essa força estranha, que morde nossa alma, na primeira vez que deitamos o corpo vivo na madeira do palco, somente quem sente o picar da velha madeira, regurgita a alma que posta em uma nudez tão típica dos atores e atrizes, assimila o que o ator e a atriz é... Somos contadores de mentira.
Mentira esse é meu nome.


Autora: Priscila de Fátima Jerônimo
17/12/2019
Horário: 23:38

Nenhum comentário: