CIA AVALON

sábado, 17 de setembro de 2011

Conto nº 1 _ Conto de desejo


Era noite, fria e negra. Caminhava em direção à saida daquela Universidade, havia brigada contigo e esperava ansiosamente pelo fim daquela caminhada, brava, nervosa e confusa, meus pés caminhavam nervosos pelas alamedas arborizadas do Campus, seguia meio que sem rumo, minha mente devaneava entre: o ódio que estava sentindo e o medo de ter perdido você.
Fazia um frio que me cortava a pele, meu violão atrás das costas me causavam mais dificuldades para caminhar, meu salto alto indicava que apesar de ser desencanada com o vestir, ainda era uma mulher e extremamente feminina. Havia prometido a mim mesma que naquela noite, nós nos entenderiamos, que conversariamos e finalmente conseguiriamos falar abertamente sobre aquele desejo que pairava entre a gente. Era nítido para mim e creio que para ti também, mas tu me viu, passou por mim e se limitou a dizer: Tudo bem ? Respondi: Sim, está tudo bem. E você seguiu com seus afazeres, observei de longe que colocastes uma poesia no mural de entrada da tua peça e fiquei curiosa. Fui ler o que havia naquela sagrado e papel e meu corpo reverberou, pensei: Meu Deus quanta beleza há neste homem. Quanto romantismo e quanta sensualidade. Quero o para mim. E fiquei extremamente excitada com teus versos, todos sensuais, todos para mim. Em minha mente apaixonada, tu terias escrito, aquilo tudo para mim, e satisfeita gozei internamente, num gozo que só os poetas compreendem, que só as almas mais pueris sentem. Discutimos no meio da peça, talvez por minha maneira tão peculiar de ser, sou quente, verdadeira e fiel aos meus sentimentos, todo o sentir    que teu poema evocou em mim, foi jogado ladeira a baixo quando vi tua peça, todo o romantismo, toda a doçura foi cuspida por aspectos que não me agradaram em tua peça, saí nervosa e brava. E ainda por cima veio tua reprimenda, tua bronca, disse-lhe umas verdades e saí, desenfreada, descabelada, nervosa e puta da vida...Literalmente.
No fundo o meu desejo era o de te pegar pela mão e de arrastar para fora, para o jardim do Fauno, um lugar mítico que encontrei logo na entrada do prédio. Mas não, não foi isto que aconteceu, saí sozinha e confusa a andar pelo campus. E meus pés já doíam, quando percebi que estava perdida, todo aquele lugar era muito igual e a noite escura se fazia urgentemente, comecei a chorar de medo e de vergonha, por que fui sair daquele jeito, por quê? 
Sentei-me num banca próximo a uma grande alameda, passavam vários carros, mas pouco se importavam comigo, pensei que talvez fosse melhor peguntar para alguém , mas não passavam pessoas por ali, somente automoveis, com meus pés inchados, com minha pele cortada pelo frio, resolvi continuar a caminhar até o ponto de ônibus mais próximo. Peguei uma trilha que aparentemente era segura, entretanto ao caminhar 200 metros vi um carro cinza vindo em minha direção, fiquei assustada pois ali não passava muitos carros e muito menos pessoas, pensei: Ai, meu Deus e agora ?
O carro parou, deixou os faróis acessos e um homem desceu, era um homem alto, esguio mas com a luz em minha face, ficava dificil identificar mais algum detalhe, só quando ele falou percebi, disse me entre um grito e um pedido: Entre no carro, agora! Não me faça usar da força com você.
Comecei a andar pra trás, esboçando uma corrida ou algo parecido, mas tropecei em meus próprios pés e o homem se aproximou e disse: Deixe de ser infantil, entre no carro, estou mandando. Não me faça ter que usar da força com você. Ele disse isso e agarrou meu pé, lutei contra ele, estava meio tonta e cega de medo, ele me deu dois tapas na cara e disse: Você me provocou, me atiçou, achava mesmo que tu sairias assim? Sem consequências? Achava mesmo que não me vingaria de você.
Fiquei zonza e desmaiei, quando acordei estava deitada numa grande cama, nua, amarrada pelos  pés e pelas mãos, em minha boca havia um tecido amarrado firme mas que me permitiam respirar tranquilamente, olhei em volta, havia velas por todo o lado e um delicioso aroma de incenso invadia aquele lugar, olhei atentamente todos os detalhes tentando descobrir onde estava, o medo não tomava conta de mim, pelo contrário percebi que meu corpo estava todo eriçado, aquele homem sem rosto, mas bravo e violento me deixaram tonta e eu me entreguei, percebi que ele havia me dado banho, meus cabelos estavam molhados e deliciosamente perfumados, havia uma camisola vermelha pendurada na beira da cama, e em uma pequena mesa no quanto do quarto havia frutas, queijos e vinhos. Ao fundo ouvi um som, que me deixaram encantada, alguém tocava um piano, e aquela melodia me tocou os ouvidos como ária, e fiquei tranquila, comecei a balbuciar algumas palavras tentando me livrar do tecido que tapava minha boca, com muito custo consegui me libertar a boca e comecei a dizer: Olá, tem alguém aí, me tira daqui por favor! Prometo não desobedecer.
Ele apareceu estava todo vestido de negro, com um capuz sobre o rosto, onde só podia vislumbrar sua boca e seus olhos, entretanto tinha a impressão de conhece-lo.
Ele se aproximou de mim, tirou a mordaça toda de minha face e começou a tocar meu rosto, deslizou seus dedos pela minha testa, meus olhos e parou em minha boca, ficou desenhando o contorno de minha boca que estava entre aberta, de desejo, aquela situação estava provocando em mim desejos inconfessos, impublicavéis, percebendo meu desejo, aquele homem enfiou seu dedo em minha boca, o que prontamente passei a chupá-lo demoradamente e ainda olhava para ele, mostrando o quão excitada e com vontade estava. 
Ele sorriu e disse: - Gosto de você assim, entregue, rendida, minha.
Respondi sorrindo: -  E eu gosto de você assim, como meu dono, meu senhor.
Ele me deu um tapa na cara e gritou: - Vadia, nunca mais vais esquecer dessa noite.
E eu sangrado disse entre dentes: - Espero que você seja homem suficiente para ir até o fim, por quê se acaso não completar o serviço, eu o farei.
Ele agarrou meus cabelos trouxe minha face para junto da dele e disse: Não tens medo, é ?

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